domingo, 1 de julho de 2012

Resenha de Disco: Michael Kiwanuka Prova Mais Uma Vez o Talento do Reino Unido Para a Soul Music.

O Reino Unido recentemente tem sido o celeiro de grandes nomes da soul music: Joss Stone, Amy Winehouse, Duffy, Adele e Emeli Sandé são alguns dos talentos que atravessaram as fronteiras da ilha e conquistaram o mundo com a música tipicamente norte americana. Em janeiro desse ano, Michael Kiwanuka entrou na famosa lista da BBC Sound of 2012 como uma das promessas musicais do ano. Já em março, o jovem do norte de Londres, que tocou com Adele em 2011 na turnê da cantora, lançou seu primeiro disco, "Home Again", que para muitos já é considerada uma obra - prima do gênero. Explico: se algum desavisado ouvir o álbum sem saber ao certo quem é o artista, sem dúvida alguma pensará que se trata da remasterização de um álbum perdido da década de 60. A voz de Kiwanuka, os instrumentos, o clima do disco e a naturalidade dessa mistura são tão fiéis à soul music seiscentista a ponto do artista parecer ter vindo diretamente do passado para o presente. Nesse "retorno", o cantor nos apresenta um álbum que em alguns momentos pode fazer lembrar Bob Dylan, mas a grande influência de Michael é o legado de Ottis Redding, astro da soul music americana conhecido por suas interpretações passionais que partiu cedo demais, vítima de um acidente de avião em 1967, no começo do seu sucesso. Enquanto os atuais nomes de sucesso que carregam esse estilo em suas músicas, apresentam características dos grandes clássicos, mas dialogam claramente com o som contemporâneo, Michael Kiwanuka não segue o mesmo caminho e o seu "Home Again", com pérolas como "Tell me a Tale" (música que abre o disco em grande estilo) e "Any Day Will do Fine", parecem terem sido gravadas na década de 60, quando pesos pesados da soul music ainda estavam entre nós. Excelente pedida para os amantes, ou não, do estilo.

Resenha escrita por Rafael Tavares.

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