terça-feira, 17 de julho de 2012

Resenha de Filme: "Persepolis" Leva, de Forma Inteligente e Emocionante, a Biografia de Marjane Satrapi Para as Telonas.

Baseado nas publicações em quadrinhos lançadas em 2002 pela iraniana Marjane Satrapi, "Persepolis" é a autobiografia da mesma que ganhou as telonas em forma de animação em 2007, dirigido por Satrapi e pelo cartunista Vincent Paronnaud. O filme foi sucesso absoluto de crítica, ganhando o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes e sendo o representante oficial da França no Oscar, embora tenha concorrido apenas na categoria de Melhor Animação. O filme narra a vida de Marjane (voz de Chiara Mastroianni), filha de intelectuais que vive na pele as transformações sociais do Irã a partir de 1978 até os anos 90. O início do filme trata da população exigindo a renúncia do ditador Xá Reza Pahlavi, o que de fato aconteceu. Porém, dá-se início à época dos aiatolás, tendo Ruhollah Khomeini como o principal comandante e assim, a liberdade individual de cada um inevitavelmente fica comprometida. O que se usa, o que se ouve e aonde se vai, tudo passa a ser controlado. Aborda-se também o conflito com o Iraque, as proibições impostas à mulher e o incentivo da entrada do homem para o exército em troca do Paraíso. Marjane, no meio dessas situações, se impõe e em momento algum se mostra passiva aos acontecimentos. Sua educação foi aberta, onde desde criança já tomava conhecimento da situação política de seu país e incentivada a não se deixar rebaixar, mas ser sempre correta em suas atitudes, custe o que custar. O filme também conta os anos em que Marjane passou na Áustria, onde segundo seus pais estaria mais segura, mas ela percebe que seu país de origem estará arraigado nela aonde quer que seja. Não é preciso entender a fundo a política no Oriente Médio para gostar de "Persepolis", pois o filme consegue explicar bem o contexto da época, de forma coesa e nunca enfadonha. "Persepolis" é um grande filme, uma animação voltada mais para o público adulto, que possibilita uma reflexão social sobre costumes, ideais políticos e valores morais, enquanto emociona e diverte.

Resenha escrita por André Ciribeli.

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