quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A Grandiosa Herança Deixada Por Nelson Rodrigues no Cenário Cultural Brasileiro.

No dia 23 de agosto, comemora-se o centenário de um gênio da escrita. Jornalista e autor de grandes obras, tanto polêmicas quanto aclamadas, Nelson Rodrigues estará em festa no andar de cima. O Pernambucano que veio quando criança com sua mãe e irmãos para o Rio de Janeiro ao reencontro do pai, iniciou sua carreira ainda menino, mais precisamente com 13 anos de idade, escrevendo para o jornal "A Manhã", que era de propriedade de seu pai. Tendo o futebol e a literatura como suas grandes paixões, foi convivendo no cenário carioca que Nelson adquiriu vasta experiência no campo do jornalismo policial, onde buscou inspiração para escrever suas obras, que abordavam os problemas sociais, com ênfase nas tensões vividas no dia a dia, e principalmente a vida a dois. Ele retratava o amor de uma forma única, que envolvia tanto o psicológico dos seus personagens quanto o passado e as influências externas que caiam sobre o relacionamento, passando pelo sexo, desejo e infidelidade, gerando obras que mesmo polêmicas, poderiam se tornar verdadeiros objetos de estudo do comportamento humano. No jornal "O Globo", ele dedicou parte do seu tempo para trabalhar em peças teatrais, sendo "A Mulher Sem Pecado" a sua primeira. O sucesso veio com "Vestido de Noiva", que narra a história de Alaíde, que após se atropelada, passa por confusões mentais entre realidade e alucinações que envolvem ela, seu marido e a irmã. Assim como outros trabalhos de Nelson, "Vestido de Noiva" virou filme com a direção de Joffre Rodrigues, tendo Marília Pêra, Simone Spoladore e Letícia Sabatella no elenco. Entre as obras do dramaturgo, pode-se citar "Álbum de Família", "Viúva, Porém Honesta", "Anjo Negro", "Dorotéia", entre outras. Foi no jornal "A Última Hora" que ele publicava as crônicas intituladas "A Vida Como Ela é", grande sucesso de sua carreira, que deu origem a vários episódios que foram exibidos pela Rede Globo. Torcedor fanático do Fluminense, ele participou da bancada esportiva também da Rede Globo. Em 1967 passou a publicar "Memórias" no "Correio da Manhã". Com a saúde debilitada, o genial dramaturgo, escritor e cronista vem a falecer por complicações respiratórias aos 68 anos em uma manhã de domingo, mas nos deixou a herança grandiosa de todo o seu trabalho imortalizado no cenário cultural. 

Coluna assinada por Ludimila Marinho.

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