quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Resenha de Disco: Bárbara Eugênia e Seu Conturbado Cotidiano Sentimental.

O Brasil vive um grande momento musical. São inúmeros artistas que despontam na aclamada cena independente, mesclando vários estilos e mostrando um talento que infelizmente é deixando de lado pela mídia, não alcançando o grande público. Porém, para o deleite dos ouvidos ávidos por boa música, o Brasil tem qualidade musical para mostrar. Esses artistas são, na sua maioria, jovens buscando seu lugar ao sol, no tão competitivo meio artístico. Uma cantora que pode ser inserida dentro desse contexto é Bárbara Eugênia. Carioca, já chegou a morar nos Estados Unidos, mas foi em São Paulo, em 2005, que grandes oportunidades surgiram em sua carreira. Seu primeiro disco, lançado em 2010 e intitulado "Journal de Bad" faz um apanhado de uma vida sentimental um tanto quanto conturbada. É possível encontrar melancolia, amores desfeitos e sentimentos confusos, tudo bem casado com a voz rouca da cantora. Embora possa ser caracterizado como um disco de MPB, o Rock sessentista é encontrado, com maior ou menor intensidade, em grande parte do álbum. "A Chave" é música que abre muito bem o disco e é grande destaque, narrando a impotência perante um relacionamento fadado ao fracasso. Bárbara Eugênia se torna irônica em "É, rapaz" e conta com a participação de Tom Zé em "Dor e Dor". Por se manter na linha sentimental, o disco soa coeso, porém, sem se tornar atrativo para quem sofre de dor de cotovelo. Bárbara já é destaque nacional ao abrir seu coração para mostrar seu conturbado cotidiano sentimental.

Resenha escrita por André Ciribeli.

3 comentários:

  1. Caí de pára-quedas no blog e fiquei incomodado com alguns pontos. Primeiro, o incômodo veio no que diz respeito à descrição do mesmo, como "Um Blog crítico sobre a Cultura Geral: Música de Qualidade, Programas de TV e Filmes Inteligentes, Livros...Valorizando o que há de melhor na Cultura Brasileira e Mundial."

    Já que é um amante de "programas e TV e filmes inteligentes", deveria ter captado a essência da inteligência: o não absolutismo cultural. Dessa forma, taxar algo de inteligente ou "o melhor da cultura" soa egocêntrico e etnocêntrico,e, longe de se tornar um adendo do pensamento elitizado, torna-se apenas uma forma caricata e ridicularizada de como as pessoas inteligentes realmente pensam - e reforça o visível princípio deste blog: a necessidade intensa de se firmar como algo "cult" e longe da massa do entretenimento.

    Posso até momentaneamente levantar um ponto que os elitizados autores do vosso blog se esquecem: o público "cult" também é tratado como consumidor pelo mercado do entretenimento, e são tão vítimas deste mercado pré-fabricado quanto a massiva população "sem cultura". A diferença - talvez até mais triste - é a de que a "elite" acredita mesmo na superioridade de seu pensamento, e também acredita que está decidindo o que consumir, quando na verdade alguém já havia decidido pela elite ao se formular socialmente o que seria denominado como "cultura inteligente".

    O ponto que talvez eu venha a achar mais grave neste blog está implícito no próprio texto de vocês (consegui identificar três autores: André, Rafael e Ludimila, então me perdoem se houver mais): o texto saí forçado, visivelmente preocupado em cada vírgula com o tom cult, com o tom que se afasta do massivo, que se distancia do "galerês". A escrita está ali, impedida de fluir naturalmente por causa da preocupação dos autores em fazer o texto soar artístico demais. Lembre-se que os melhores blogs de resenhas e críticas se destacam pela forma única como redigem, e não pela exaustiva tentativa de se tornar algo.

    Minha dica é a de que vocês reflitam as chamadas do blog - do subtítulo aos nomes dos posts - e também reflitam sobre esta forma etnocêntrica de ver a cultura, pois, neste movimento do vosso pensamento, na tentativa de desvalorizar um polo cultural - a massa - vocês acabam traindo o que seria o real motivo deste blog e passam a ser apenas mais alguns representantes dos sub's (elitizados, politizados e informados).

    Lembrem-se que não basta não assistir a Tv Globo e gostar de "samba de raiz" para ser inteligente. É preciso saber respeitar as diferenças e enxergar que não há superioridade em nenhuma esfera do gosto cultural.

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  2. Olá "Anônimo", tudo bom? Lemos o seu comentário e ficamos muito satisfeitos com as observações, afinal, crítica construtiva é sempre bem vinda. Porém, gostaríamos de salientar que a intenção do Blog é realmente parecer sério, mas não nos forçamos para isso. Temos um modo típico de escrever, que vão desde as resenhas aqui publicadas a SMS's. Em momento algum queremos parecer "cult", até porque ser cult é um maneira taxativa de denominar algo ou alguém que nem sempre corresponde à realidade. Temos um público-alvo, e acredito que o "galerês" não seria bem aceito por ele, como seria para você. O Blog cresce em número de visitações a cada dia, sinal que esse público está sendo alcançado, visto também que somos bastante elogiado por outros. O modo como escrevemos e principalmente, sobre o que escrevemos tem agradado a muitos, mas o que fazemos é apenas escrever sobre o que gostamos e divulgar, como uma forma de sugestão. Nós três acreditamos que não assistir TV Globo (embora assistimos sim) e gostar de samba de raiz realmente não faz alguém ser inteligente e respeitamos sim as diferenças, mas temos os nossos gostos, aquilo que ouvimos sempre, pois somos tal qual esse blog, não conseguiríamos falar sobre algo que não gostamos, por isso não há críticas negativas ou resenhas depreciativas aqui. Acreditamos que qualquer tipo de música é cultura, é uma manifestação artística, mas o nível de qualidade de cada uma, julga quem está ouvindo. De todo modo, obrigado pela visita e pela crítica. Abração.

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  3. Acho que o anônimo não se encaixa no perfil do blog... Talvez prefira blogs especializados em ciências sociais, tendo em vista a forma "analítica" como escreve. Eu, particularmente, gosto de ler textos bem escritos e não achei forçado. Espero que continuem assim.... Parabéns!

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