quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A Superioridade das Séries Britânicas.

A princípio, essa resenha seria sobre a nova série da BBC1, "Ripper Street", mas o catálogo de séries do Reino Unido é tão bom em qualidade que é impossível discorrer somente sobre uma delas e tive que abrir o leque para algumas produções inglesas. Os Estados Unidos é a capital das séries e exportam seus produtos para o mundo em maior quantidade; nesse quesito, o Reino Unido é, de certa forma, coadjuvante: exporta menos que os primeiros, mas o que sai de lá possui uma qualidade técnica infinitamente superior, além de muitos de seus programas servirem de base para a criação de versões americanas, como "Shameless" e "The Office", que nasceram na terra da Rainha. Talvez o seriado de maior sucesso seja "Doctor Who", que está há anos em cartaz e sempre se renova, sem perder público e adquirindo novos. Recentemente a série foi exibida na TV Cultura, mas "Doctor Who" de tanto sucesso além-mar já é clichê. Além dela, outras produções cruzam o Atlântico e merecem destaque, "Sherlock", por exemplo, adapta os contos de Sir Arthur Conan Doyle e nos apresenta seu personagem mais famoso, Sherlock Holmes, atuando em pleno século XXI. Prestes a estrear sua terceira e derradeira temporada, "Sherlock" é uma série curta, são 3 episódios por ano, mas com uma hora e meia cada um, funcionam como três filmes sobre o detetive mais famoso da História. Em comparação a (forçada) versão americana de Sherlock na América, Sherlock UK de tão primorosa vale cada minuto perdido. "Ripper Street" mantém esse padrão ao retratar o período histórico em que a Inglaterra era aterrorizada por Jack, o Estripador. A série começa, na verdade, depois de cinco meses sem um ataque do serial killer, o que coloca a população em estado de alerta a cada novo crime ocorrido. Mathew MacFadyen, o Mr. Darcy de "Orgulho e Preconceito", é um Inspetor que tenta manter a ordem e a paz à sombra do criminoso mais famoso do Reino Unido. Além delas, ainda há "Downtown Abbey", sobre uma aristocracia cambaleante e a ascensão da classe média. Mas, o que explica esse cuidado da TV britânica com suas produções? Talvez a própria história da TV no Reino Unido – que nasceu pública, com o intuito de educar, instruir, informar e cumprir um papel social – tenha feito com que o conteúdo tenha mais importância que a própria audiência. No final das contas, quem lucra é o telespectador, que tem entretenimento de qualidade garantida.

Resenha escrita por Rafael Tavares.

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