Doze Homens e Uma Sentença, do diretor Sidney Lumet,
é um daqueles filmes que podem ser considerados clássicos. Mas, afinal, o que é
um clássico? Para o cinema, um clássico é aquele filme que de tão bom e
vigoroso permanece atual independente da época em que tenha sido feito.
Doze Homens foi lançado em 1957 e mostra a reunião
de 12 jurados que precisam decidir o futuro de um jovem que está sendo acusado
de matar o próprio pai. Passado inteiramente dentro de uma sala e focando
exclusivamente na deliberação dos 12 homens, a sinopse pode sugerir que
trata-se de mais um filme enfadonho. Ledo engano.
Lumet aproveita-se das limitações da história e cria
um jogo de cena impressionante, que de nada valeria se não fosse seu enorme
talento de diretor, cercado por grandes atores em grandes interpretações. Cabe
ressaltar também o importante papel do roteiro na feitura deste filme: como não
havia espaço para criar cenas e imagens, o roteirista conseguiu desenvolver
diálogos que suprem essas faltas.
Aliás, Doze Homens não é apenas econômico em
cenários: tudo no filme leva ao minimalismo e nada está ali gratuitamente. O que
está lá, assim como o que não está; o que é dito, e também o que não é dito
(caso dos nomes dos jurados) têm um propósito.
Mas o grande mérito de 12 Homens e Uma Sentença é ser
mais instigante do que muitos filmes que utilizam de técnicas e tecnologias
feitas justamente para... instigar!
Nesse jogo de cena tenso, Lumet cria uma história
cheia de reviravoltas e surpresas e acaba falando sobre temas tão presentes em
nosso cotidiano, como o preconceito. E tudo isso com 12 atores em uma sala.