terça-feira, 7 de julho de 2015

Resenha de Disco: Janelle Monáe Tem Trabalho Regido Por Soul e Competência.


Quando lançou "The ArchAndroid", Janelle Monáe foi alçada a um patamar altíssimo, com um disco conceitual, onde mesclava novos ritmos ao antigo soul da Motown com uma bela pitada de psicodelia. Anos depois, mais precisamente em 2013, o aguardado sucessor chegou fazendo estardalhaço. "The Eletric Lady" não decepcionou. O disco abraça o soul mais forte, mais intensamente, onde músicas calmas e agitadas dividem espaço com interlúdios que simulam uma rádio, introduzindo o grande espetáculo que estamos prestes a ouvir. O álbum ainda cria metáforas presentes em um mundo hipotético, dominado por androides. Mesmo mantendo a cara, voz e assinatura de Janelle, há inúmeras participações especiais. Prince está presente em "Givin’ Em What They Love", Esperanza Spalding em "Dorothy Dandridge Eyes". Monáe divide os vocais com Erykah Badu em "Q.U.E.E.N.", um hino à liberdade e força feminina. Solange canta na faixa "Eletric Lady" e Miguel arrebata na balada "PrimeTime", que para mim é um dos destaques do disco, junto com "It's Code" e "We Were Rock n' Roll". Porém, as grandiosas participações não ofuscam a cantora, ao contrário, apenas acrescentam beleza a uma obra que já beira a perfeição. Tudo é cuidadosamente arquitetado e jamais soa artifical, com produção super competente. O talento de Janelle não passa despercebido, assim como seu repertório inspirado.

Escrito por André Ciribeli.